Quem é o Amândio Costa?
Sou licenciado em Educação Física, professor, pelo ISCE, Instituto Superior de Ciências Educativas de Felgueiras, com especialização em Futsal, tenho 32 anos, sou casado e pai de dois filhos.
Estive dois anos como Preparador Físico no Atlético Clube de Casais Novos nos anos 2005/2006 e 2006/2007 e também já dei aulas de natação nas piscinas municipais de Felgueiras.
Enquanto atleta:
1989 a 1992-jogador de Futebol no Futebol Clube de Penafiel.
1992 a 1993-jogador de Andebol no C.C.C de Penafiel (fui melhor marcador da equipa com 89 golos).
1993 a 1995-atleta de Atletismo do Futebol Clube do Porto.
1995 a 1998-atleta da Associação Desportiva de Amarante.
Com vários títulos regionais e nacionais.

Como chegou ao Boavista, a convite de quem?
Sendo simpatizante deste grande clube e vendo que atravessava grandes dificuldades, enviei um email ao Boavista, onde me propus a ajudar o clube no que fosse necessário. Entretanto surgiram alguns convites para várias modalidades, um dos quais vindo do Sr. Rui Costa, Director do Departamento de Futsal, para as camadas jovens, onde optei pelos Juniores.

Que balanço faz do seu tempo no Boavista?
É um balanço extremamente positivo. O grupo de trabalho é extraordinário incluindo directores, treinadores e jogadores. O espírito de grupo e o sacrifício ultrapassam todas as dificuldades que temos encontrado ao longo da época.
Tenho aprendido muito sobre o Futsal com o Mister Zé Oliveira, aproveito para lhe agradecer toda a ajuda e reconhecer-lhe os seus conhecimentos e competências na aplicação dos princípios fundamentais do treino. O espírito de camaradagem é fabuloso.

Acha que a vertente física nos escalões de formação tem a atenção devida?
A vertente física nas crianças e nos jovens é de extrema importância, pois a criança não é uma miniatura de adulto, logo a sua preparação tem de ser diferente. É necessário ter em atenção a sua fase de crescimento, onde surgem inúmeras alterações físicas, psicológicas e psicossociais que provocam consequências para a actividade corporal e desportiva.
O treino aplicado aos adultos não deve de forma alguma ser transferido para os jovens sem as devidas adaptações.
O desenvolvimento da criança é imaturo, e por isso, é necessário estruturar experiências motoras significativas apropriadas para os seus níveis de desenvolvimento.
Enquanto o comportamento adolescente é essencialmente exploratório, o da criança é a sua aprendizagem e desenvolvimento.
O resultado dos adultos é o chamado rendimento de imediato a curto prazo já o das crianças é a longo prazo.
Acima de tudo devemos formar e educar aqueles que são os Homens de amanhã.

Como analisa o facto de haver treinadores que fazem esse trabalho?
A grande maioria dos treinadores não gosta de dar preparação física. Porquê? Porque não se sentem minimamente preparados, e não tendo segurança no que estão a fazer devem, sim pedir ajuda.
A preparação física deve ser ministrada por gente com conhecimentos e competências para tal. A importância de um profissional capacitado nos clubes é fundamental. O preparador físico deve estar presente em todas as categorias e não somente na categoria profissional, pois existem intensidades e cargas diferentes para cada faixa etária.
Hoje, o aspecto científico do treino físico está bastante desenvolvido. Os profissionais cada vez mais se especializam, utilizando computadores e os mais variados aparelhos electrónicos possíveis para determinar o nível de condições e evolução dos atletas. Portanto, percebe-se que a preparação física tem vindo a evoluir de tal forma que seria impensável a ausência de um profissional especializado em treino físico na comissão técnica de uma equipa.
A preparação física tem a missão de adaptar e aplicar os conceitos de treino desportivo, garantindo a base para que o atleta possa ter condições de impor um ritmo de jogo intenso e com qualidades para um desenvolvimento efectivo para qualquer plano técnico e táctico.
“O barato sai caro”

Quais os objectivos para esta época?
Os objectivos traçados desde o início da época, é de lutarmos para sermos campeões, é um objectivo proposto pelo qual continuamos a lutar, independentemente das dificuldades encontradas. Todos sabemos que é extremamente difícil, mas, enquanto matematicamente for possível, batalharemos até ao fim.
O brio com que este grupo de trabalho se empenha faz-nos continuar a sonhar. Também, pelo emblema que representamos, que nos merece o maior respeito e consideração.

E os objectivos pessoais para o futuro?
O futuro a Deus pertence, mas continuarei a estudar, inovar e pesquisar para adquirir novos conhecimentos, com a finalidade de no futuro vir a ser ainda um profissional melhor, com as expectativas de continuar a representar este clube, mas nunca fechando as portas a outros convites ou propostas.

Que carências mais evidentes encontra no Boavista?
Os principais obstáculos encontrados, nomeadamente no departamento de Futsal, são os escassos recursos financeiros, a falta de material de apoio aos treinos e a sua organização por vezes deixa muito a desejar.
Apesar de estarmos a utilizar um pavilhão emprestado, em vila Nova de Gaia (Perosinho), mas com excelentes condições, torna-se dispendioso e maçador pelo facto de ser tão longe.
Era importante que fosse mais perto não só pelos incómodos da deslocação e desgastes, mas também pelo facto de se fosse mais perto com toda a certeza que teríamos mais público a incentivar nos jogos.
Para finalizar acho que a direcção devia comparecer mais vezes aos treinos, falar com os atletas, incentiva-los dentro do possível.
“Nem só de pão vive o Homem”.

Queria agradecer à minha família pelo apoio prestado e pedir desculpa pelo pouco tempo passado com eles, um grande obrigado do fundo do coração.